segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Objeto voador identificado



Ida e volta do bumerangue são um complexo jogo de forças aerodinâmicas
1. O formato abaulado de asa é o que mantém o bumerangue voando após o arremesso. O ar que passa por baixo, onde o objeto é reto, tem de percorrer uma distância menor que o ar que dá a volta por cima, onde ele é curvo. Fazer essa curva aumenta a velocidade do ar. Quanto maior a velocidade, menor a pressão: ou seja, a pressão embaixo resulta maior que a de cima. Isso gera a chamada força de sustentação, que impede a queda imediata do bumerangue

2. Como o bumerangue é arremessado na vertical, a força de sustentação aponta para o centro do trajeto a ser percorrido. Assim, ela funciona também como uma força centrípeta, desviando o objeto voador para o lado e provocando a curvatura de seu percurso circular

3. À medida que o bumerangue gira, sua ponta que está para cima sempre se projeta para a frente e a de baixo, para trás. Assim, a ponta superior sempre ganha mais velocidade que a inferior, embora o centro do objeto se desloque a uma velocidade constante. É como um peão que gira sobre si mesmo, mas ao mesmo tempo se desloca no espaço: o chamado efeito giroscópico, que fará o bumerangue dar a volta completa no ar

4. Esta é a aerodinâmica de toda asa: quanto maior a velocidade, maior a força de sustentação (por isso um avião só decola ao atingir uma velocidade mínima). Da mesma maneira que a velocidade da ponta de cima é maior que a de baixo, a força de sustentação que age na extremidade superior é maior que a outra

5. Apesar de a força de sustentação extra surgir na ponta superior, ela só surte efeito um quarto de volta depois, quando esta mesma ponta passa para a frente . Moral da história: toda vez que uma das extremidades assume a posição frontal, o objeto estará um pouco mais deslocado para o centro. Assim, o efeito giroscópico vai se completando, até o bumerangue retornar à mão de quem o lançou


O jeitinho certo

Para cumprir seu destino circular, o bumerangue tem de ser atirado quase na vertical. A chave é o ângulo, que precisa ser calculado conforme o vento. Se estiver ventando forte, o objeto deve ser jogado mais em pé, em um ângulo fechado, para não subir demais. Se não, o vento o leva embora, para nunca mais voltar. Da mesma maneira, um vento fraco pede um lançamento com o bumerangue mais deitado, em um ângulo aberto.

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